domingo, 9 de agosto de 2015

O Nome do Vento

Oi gente, tudo bom com vocês? Espero que sim! Bem, hoje eu quero falar pra vocês sobre uma leitura que acabei de encerrar: O Nome do Vento. Escrito por Patrick Rothfuss, o livro publicado em 2011 pela editora Arqueiro conta com 651 páginas de uma grande aventura. Este livro faz parte da saga literária A Crônica do Matador do Rei, sendo este o Primeiro Dia. Mas como assim "primeiro dia"? Continue lendo pra descobrir!




"Meu nome é Kvothe, com pronúncia semelhante à de 'Kuouth'. Os nomes são importantes, porque dizem muito sobre as pessoas. Já tive mais nomes do que alguém tem o direito de possuir. Meu primeiro mentor me chamava de E'lir, porque eu era inteligente e sabia disso. Minha primeira amada de verdade me chamava de Duleitor, porque gostava desse som. Já fui chamado de Umbroso, Dedo-Leve e Seis-Cordas. Fui chamado de Kvothe, o Sem-Sangue; Kvothe, o Arcano; e Kvothe, o Matador do Rei. Mereci esses nomes. Comprei e paguei por eles. Mas fui criado como Kvothe. Uma vez meu pai me disse que isso significava 'saber'. Fui chamado de muitas outras coisas, é claro. Grosseiras, na maioria, embora pouquíssimas não tenham sido merecidas. Já resgatei princesas de reis adormecidos em sepulcros. Incendiei a cidade de Trebon. Passei a noite com Feluriana e saí com minha sanidade e minha vida. Fui expulso da Universidade com menos idade do que a maioria das pessoas consegue ingressar nela. Caminhei à luz do luar por trilhas de que outros temes falar durante o dia. Conversei com deuses, amei mulheres e escrevi canções que fazem os menestréis chorar. Vocês devem ter ouvido falar de mim."

A história de O Nome do Vento começa na hospedaria Marco do Percurso. Localizada numa cidadezinha, a hospedaria não costuma receber muitos clientes fora os habituais, como o ferreiro da cidade. O dono do lugar, Kote, é um homem enigmático e cuida do lugar junto com Bast, seu aprendiz. Até aqui, tudo normal.

Certo dia então, o Cronista chega à hospedaria. Escriba firma, jamais perde a oportunidade de descobrir a verdade por trás de boatos. E ali, na Marco do Percurso, ele encontra a possibilidade de escrever sobre o homem que une em si herói e vilão, Um homem cujos feitos são conhecidos por todos, mas com tantas versões que não se sabe bem qual é verdadeira, ou se todas o são. Este homem é Kote, ou melhor, Kvothe.

Empenhado em conseguir a história verdadeira contada pelo próprio Kvothe, o Cronista aceita ouvir e escrever tudo que ele lhe contar, sem interromper e sem alterar uma única palavra. E Kvothe precisará de três dias para contar sua história, suas façanhas, seus fracassos, tudo que viveu até passar a esconder-se sob a identidade de Kote.

O primeiro livro então é nada mais, nada menos que o primeiro dia da narrativa de Kvothe. Começando por sua infância numa trupo dos Edena Ruh, povo naturalmente voltado para as artes, passando pela morte de seus pais, pela vida difícil em Tarbean e pela ida para a Universidade, nosso personagem enigmático vai narrando todas as suas experiências, ou melhor, aquelas que mais o marcaram e moldaram.
"Pouco a pouco o passado de Kote vai sendo revelado, assim como sua multifacetada personalidade - notório mago, esmerado ladrão, amante viril, herói salvador, músico magistral, assassino infame."
Nesta narrativa, o leitor irá viver em outro mundo, onde há seres fantásticos e magia. Onde a semana na verdade é uma "onzena" e há uma força enorme nas lendas de como o grande Tehlu salvou o mundo do grande demônio. Como o grande e poderoso Tarbolin sabia o nome de todas as coisas, e todas as coisas o ouviam e obedeciam. Seria Kvothe um novo Tarbolin, ou até mesmo um enviado de Tehlu?

Com personagens reais, que sentem desde a felicidade intensa até o ódio profundo ou a tristeza aguda, e um enredo criativo e emocionante, O Nome do Vento  é capaz de prender leitores de diversas idades, mas principalmente aqueles que gostam de uma boa aventura. Porque afinal, toda a vida de Kvothe, foi uma aventura, com seus altos e baixos.

Elogiado por escritores como George R. R. Martin - autor de As Crônicas de Gelo e Fogo - O Nome do Vento rapidamente entrou na lista dos mais vendidos do The New York Times. Com seu primeiro romance, Patrick Rothfuss tornou-se uma nova marca no mundo da literatura fantástica. E para você que ainda não leu este livro, eu mais do que recomendo!



Gostaria de incluir aqui no final, um trecho do primeiro capítulo e um trecho do último capítulo:
"Noite outra vez. A Pousada Marco do Percurso estava em silêncio, e era um silêncio em três partes. A parte mais óbvia era uma quietude oca e repleta de ecos, feita das coisas que faltavam. [...] Dentro da pousada, uma dupla de homens se encolhia num canto do bar. Os dois bebiam com serena determinação, evitando discussões sérias ou notícias inquietantes. Com isso, acrescentavam um silêncio pequeno e soturno ao maior e mais oco. [...] O terceiro silêncio não era fácil de se notar. [..] O homem tinha cabelo ruivos de verdade, vermelhos como a chama. [...] Dele era a Pousada Marco do Percurso, como dele era também o terceiro silêncio. [...]  Era profundo e amplo como o fim do outono. Pesado como pedregulho alisado pelo rio. Era o som paciente - som de flor colhida - do homem que espera a morte." - Página 9
"Noite outra vez. A Pousada Marco do Percurso estava em silêncio, e era um silêncio em três partes. A parte mais óbvia era uma quietude oca e repleta de ecos, feita das coisas que faltavam. [...] Dentro da pousada, um homem se encolhia em sua cama funda, de aroma adocicado. Imóvel, à espera do sono, deitava-se de olhos bem abertos na escuridão. Com isso, acrescentava um silêncio pequeno e soturno ao maior e mais oco. [...] O terceiro silêncio não era fácil de se notar. [..] O homem tinha cabelo ruivos de verdade, vermelhos como a chama. [...] Dele era a Pousada Marco do Percurso, como dele era também o terceiro silêncio. [...]  Era profundo e amplo como o fim do outono. Pesado como pedregulho alisado pelo rio. Era o som paciente - som de flor colhida - do homem que espera a morte." - Página 648
Gente, eu não sei pra vocês, mas pra mim a forma como o autor começa e termina a história é perfeita! Ao longo da história você tem aquela sensação de vários e vários dias se passando, afinal Kvothe está contando a história dele. Mas quando chega no final, você se lembra de que tudo aquilo eram lembranças, de que o presente ainda é o mesmo e passou-se apenas um dia. Com prólogo e epílogo semelhantes, o autor sai com maestria das grandes aventuras de Kvothe e retorna para a pálida tranquilidade da vida do agora Kote.
Post escrito por Kytto

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